Índia e Coreia do Sul exigem inspeções após queda fatal de Boeing da Air India

por Pietro Monteiro

Índia e Coreia do Sul exigem inspeções após queda fatal de Boeing da Air India

Investigação aponta falha humana após tragédia com Boeing na Índia

O mundo da aviação foi atingido por um choque recente: o acidente com o Boeing 787-8 Dreamliner da Air India em Ahmedabad, em 12 de junho, que tirou a vida de 260 pessoas. O relatório inicial da Aircraft Accident Investigation Bureau (AAIB) da Índia revelou algo alarmante: ambos os motores da aeronave perderam rapidamente o suprimento de combustível logo após a decolagem. As gravações do cockpit mostram os pilotos claramente confusos ao lidar com o corte de combustível, sem conseguirem entender de imediato o que havia acontecido.

Esse desastre expôs uma vulnerabilidade específica. As investigações se concentraram nas válvulas de corte de combustível e especialmente no mecanismo de trava do interruptor de controle de combustível. Segundo o órgão responsável, essas travas servem justamente para evitar que o combustível seja interrompido de forma acidental. Mas aqui entra o ponto delicado: embora o relatório inicial não tenha encontrado falha mecânica ou erro de projeto, as evidências apontam para uma possível intervenção humana nos comandos de corte.

Autoridades apertam o cerco sobre inspeções nos Boeings

Após o acidente, a Boeing virou o centro das atenções das agências reguladoras. O órgão de aviação indiano, a DGCA, determinou que todas as companhias aéreas do país que operam Boeings 737 e 787 realizem inspeções rigorosas até 21 de julho de 2025. A decisão reconhece um alerta feito pela própria FAA (órgão americano de aviação) em 2018, sobre o risco de desengate dessas travas no interruptor do combustível. Na época, a demanda era apenas recomendada, o que acabou fazendo com que a Air India optasse por não fazer as inspeções, já que não eram obrigatórias.

A Coreia do Sul, ao perceber a gravidade do caso, entrou na onda e também passou a exigir inspeções similares em sua frota de Boeings, embora não tenha divulgado um cronograma tão detalhado. Foram vários os países que adotaram medidas preventivas, entre eles Japão e Cingapura. Por incrível que pareça, grandes companhias como a Singapore Airlines e sua subsidiária Scoot já informaram ter terminado as inspeções em todos os seus Boeings, sem encontrar problemas.

Mesmo assim, a preocupação ainda paira no ar mundial da aviação. As investigações continuam, e as análises se concentram agora nas comunicações entre os pilotos, possíveis falhas de procedimento e a influência dos controles de segurança do sistema de combustível. O fato do alerta da FAA ter ficado apenas como sugestão, e não como regra, reacende um debate sobre o que realmente deve ser prioridade quando se fala da segurança de milhares de vidas transportadas todos os dias em voos pelo planeta.

Até o momento, nem a Boeing nem a FAA apontam funcionamento irregular das válvulas. Defendem que os mecanismos são confiáveis e que o problema, se confirmado, é resultado de ação humana — seja por erro ou por falha no processo de treinamento. Mas a confiança de passageiros e companhias aéreas no sistema de segurança está longe de ser plena.

Pietro Monteiro

Pietro Monteiro

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Sou um jornalista especializado em notícias e adoro escrever sobre os acontecimentos diários no Brasil. Minha paixão é informar e manter o público atualizado com os eventos mais recentes.

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