Band cancela equipe de F1 em Singapura por falta de pagamento

por Pietro Monteiro

  • 6.10.2025
  • Postado em Esportes
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Band cancela equipe de F1 em Singapura por falta de pagamento

Quando Band recebeu a ordem de parar a produção da sua equipe de cobertura em solo estrangeiro para o Grande Prêmio de Singapura de Fórmula 1 2024Singapore, o impacto foi imediato nos fãs brasileiros que esperam imagens exclusivas do paddock. A decisão decorreu da incapacidade da emissora de pagar os custos de produção à empresa contratada, provocando a retirada de toda a equipe técnica exceto a repórter Mariana Becker, que já estava no continente.

Contexto da transmissão da F1 no Brasil

Desde o início de 2021, quando a Band adquiriu os direitos de transmissão da Fórmula 1, a rede investiu pesado em produção local para garantir cobertura ao vivo, entrevistas e conteúdo exclusivo. Até então, a prática era padrão: equipes de câmeras, produtores e repórteres viajavam aos circuitos, trazendo ao público brasileiro um feed customizado que ia além da simples retransmissão do canal oficial da F1.

Essa estratégia tinha um custo elevado, principalmente em corridas realizadas fora da América. O orçamento para produção em cada Grande Prêmio costuma ficar entre US$ 500 mil e US$ 1 milhão, dependendo da logística. Os anunciantes da Band, porém, vêm enfrentando pressão devido à queda de receita publicitária no mercado brasileiro, o que acabou refletindo nos pagamentos à empresa de produção.

Os detalhes da ruptura financeira

A Julianne Cerasoli, colunista da UOL, foi a primeira a relatar que a Band não havia transferido os fundos de produção ao fornecedor contratado. Segundo a reportagem, atrasos se acumulavam desde semanas antes da corrida, culminando num ultimato de 30 horas que expirou sem que a emissora quitasse a dívida.

Enquanto isso, Mariana Becker, repórter de Fórmula 1 da Band, já havia embarcado rumo a Singapore. Ao saber da decisão, o diretor de fotografia Gianfranco Marchese e o produtor Lucas Brito optaram por não viajar, citando a falta de pagamento como motivo para recusar o trabalho.

Importante frisar que o salário da repórter permanecia em dia; o impasse dizia respeito exclusivamente ao repasse de custos operacionais – transporte, hospedagem, equipamentos e taxas locais – que são essenciais para uma produção de nível internacional.

Reação da Fórmula 1 e implicações para a transmissão

O próprio órgão gestor da categoria, Fórmula 1, confirmou a informação na quinta‑feira, em entrevista com a imprensa local de Singapura. Segundo um porta‑voz da F1, a ausência da equipe da Band significa que o canal brasileiro terá que se valer exclusivamente do feed oficial, perdendo a possibilidade de conduzir entrevistas com pilotos, engenheiros e personalidades do paddock.

Para os telespectadores, isso se traduz em menos imagens do "behind‑the‑scenes", menos análises em tempo real e, principalmente, a falta de histórias que dão cor ao ritmo de corrida. O programa de domingo ainda exibirá a corrida e as sessões de treinos e classificação, mas sem a produção original que costuma enriquecer a narrativa.

Impacto econômico e perspectivas futuras

  • Orçamento de produção estimado: entre US$ 500 mil e US$ 1 milhão por corrida.
  • Prazo de pagamento concedido: 30 horas, expirado em 20 de setembro de 2024.
  • Primeira ausência da equipe da Band em cobertura on‑location desde 2021.
  • Possível revisão de contratos para próximas etapas do calendário, incluindo Mônaco e Austin.

Analistas de mídia apontam que a disputa evidencia um cenário de tensão entre custos de produção internacional e receitas publicitárias locais, que têm sido corroídas por crises econômicas e mudança de hábitos de consumo. Se a Band não renegociar termos com seus patrocinadores ou encontrar nova fonte de financiamento, outras corridas podem sofrer o mesmo tratamento.

Entretanto, há esperança de que a emissora resolva a pendência antes do próximo Grande Prêmio. Fontes próximas ao departamento de finanças da Band alegam que negociações avançam, mas não há garantia de que o pagamento seja efetivado a tempo de organizar logística para o GP da Austrália, marcado para 5 de outubro.

O que isso significa para os fãs brasileiros

O que isso significa para os fãs brasileiros

Para quem acompanha a F1 nas noites de domingo, a diferença será notória: menos entrevistas exclusivas, menos imagens de bastidores e uma sensação de que a cobertura está “à distância”. Muitos fãs já manifestaram insatisfação nas redes sociais, lembrando os dias em que a Band entregava matérias exclusivas direto da pista, como a entrevista com Lewis Hamilton após sua vitória em Monza 2023.

Em entrevistas informais, especialistas em esportes apontam que a queda de qualidade pode levar a uma migração de público para plataformas de streaming que ofereçam cobertura direta da F1, como o serviço oficial da própria categoria ou canais internacionais que distribuam o feed sem intermediários.

Próximos passos e possíveis soluções

Até o momento, a Band não respondeu aos pedidos de entrevista de diversos veículos brasileiros. Enquanto isso, a comunidade de jornalismo de motorsport, incluindo o site Motorsport.com, validou a informação original da UOL, reforçando a veracidade do caso.

Se a situação não se resolver rapidamente, a rede pode enfrentar pressão regulatória da agência nacional de radiodifusão, que fiscaliza o cumprimento dos contratos de transmissão. Em última análise, a solução dependerá de um acordo financeiro entre a emissora e a produtora, possivelmente acompanhado de revisão contratual para futuros eventos.

Perguntas Frequentes

Por que a Band não enviou a equipe completa para Singapura?

A emissora não transferiu os fundos de produção à empresa contratada, falhando no pagamento dentro do prazo de 30 horas estabelecido. Sem o repasse, o diretor de fotografia e o produtor recusaram o deslocamento.

Como a falta de cobertura on‑location afeta os telespectadores brasileiros?

Sem a equipe da Band no circuito, o programa perde entrevistas exclusivas, imagens de bastidores e análises em tempo real. O público recebe apenas o feed oficial da Fórmula 1, o que reduz a identidade da transmissão brasileira.

Há risco de outras corridas sofrerem o mesmo problema?

Sim. Se a Band não renegociar contratos ou encontrar nova receita publicitária, a falta de pagamento pode se repetir em GPs futuros, como os de Mônaco ou Austin.

Qual é a posição da Fórmula 1 sobre o impasse?

A organização confirmou que a Band não cumpriu o prazo de pagamento e que, por isso, a cobertura será feita apenas com o feed oficial, sem produção local.

Quando a situação pode ser resolvida?

Fontes internas indicam que negociações estão em curso, mas não há data definida. O próximo prazo crítico é antes do GP da Austrália, em 5 de outubro, quando a logística precisará estar confirmada.

Pietro Monteiro

Pietro Monteiro

Autor

Sou um jornalista especializado em notícias e adoro escrever sobre os acontecimentos diários no Brasil. Minha paixão é informar e manter o público atualizado com os eventos mais recentes.

Comentários
  1. Erico Strond

    Erico Strond, outubro 6, 2025

    Amigos da F1, precisamos entender que a situação da Band não é só um tropeço financeiro, mas um reflexo da crise publicitária que afeta toda a mídia no Brasil! 😅 A falta de pagamento prejudica a produção local, e isso acaba tirando aquele toque brasileiro que tanto apreciamos nas transmissões. Vamos apoiar os profissionais que ainda lutam para trazer conteúdo de qualidade, mesmo diante de desafios! 💪

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