por Pietro Monteiro
Quando Ramon Rocha Queiroz, mais conhecido como Ramon Dino, anunciou que está a todo vapor para o Mr. Olympia 2025, a expectativa no mundo do fisiculturismo disparou. O brasileiro, natural de Rio Branco, Acre, encara dois grandes nomes – Mike Simmerfeld da Alemanha e Ruff Desiel dos Estados Unidos – na categoria Classic Physique, que acontecerá em Las Vegas, Nevada, em novembro de 2025.
Desde a conquista do Pro Card na Classic Physique no Olympia Brasil de 2018, Dino tem trilhado um caminho que mais parece roteiro de filme. Em 2021 fez sua estreia mundial no Mr. Olympia, terminando em quinto lugar. O ano seguinte subiu ao pódio, ficando em segundo, e em 2023 brilhou ao vencer o Arnold Classic Ohio.
O ponto alto da trajetória foi o vice‑campeonato no Mr. Olympia de novembro de 2023, onde ficou atrás apenas de Chris Bumstead. Apesar de uma queda para a 11ª posição no evento de 2022, ele recuperou o fôlego e terminou em quarto lugar na edição de 2024, mostrando consistência rara no cenário "elite".
O "big three" da Classic Physique para 2025 está bem definido. Mike Simmerfeld, de 32 anos, traz a força da tradição europeia e já coleciona pódios no Mr. Olympia 2022 e 2023. Seu físico combina largura de costas e definição extrema, o que o torna uma ameaça direta ao estilo mais clássico de Dino.
Do lado americano, Ruff Desiel se destaca pela cintura incrivelmente fina e glúteos esculpidos, características que costumam encantar os jurados na categoria Classic Physique. Desiel já havia surpreendido ao subir ao pódio em 2024, vencendo o Critics' Choice Classic.
Enquanto isso, Chris Bumstead, três vezes campeão, ainda é considerado factor de "coringa": embora não apareça listado como um dos três principais concorrentes, sua presença sempre eleva o nível da competição.
Todo esse progresso tem um alicerce sólido: a parceria com a Max Titanium e o treinamento sob a orientação de Chris Aceto. Aceto, renomado por trabalhar com campeões como Flex Lewis, tem focado em duas áreas-chave para Dino: adição de massa muscular de forma controlada e refinamento da cintura ultra‑estreita.
Nas sessões de levantamento, Dino privilegia movimentos compostos – agachamento, supino e levantamento terra – mas inclui volume alto de exercícios isolados para deltoides e gastrocnêmios, garantindo o detalhe que os juízes adoram. Conforme análises de vídeos do "Mr. Olympia 2025 LIVE STREAM", o atleta já aumentou seu peso de competição para 115 kg, ainda dentro do limite de 103 kg (227 lbs) imposto à categoria, graças a estratégias de "dry‑bulk" que mantêm a densidade muscular sem comprometer a estética classic.
Além do físico, a preparação mental tem sido trabalhada com apoio de psicólogos esportivos. Dino costuma dizer que "a torcida da Índia" o impulsiona a cada rep – um detalhe curioso que revela sua base de fãs global.
Se Dino conseguir levantar a taça em Las Vegas, será a primeira vitória brasileira na Classic Physique desde a criação da categoria em 2016. Isso significaria um salto importante para o esporte no Brasil, que ainda luta por investimentos e infraestrutura nos estados do Norte, onde a cultura do fisiculturismo ainda está em fase de consolidação.
O "Dinossauro do Acre" também tem sido referência para jovens atletas sul‑americanos que veem em sua história uma prova de que é possível chegar ao topo sem passar pelos tradicionais centros de treinamento dos EUA ou Europa. A cobertura da mídia local tem enfatizado o aspecto "rags to riches", reforçando a narrativa de superação que motiva academias de todo o continente.
Internacionalmente, a rivalidade entre Dino, Simmerfeld e Desiel cria uma trama que lembra as grandes duplas dos anos 90, mas com um toque de globalização: três continentes representados no mesmo palco, cada um trazendo seu estilo e cultura de treinamento. Essa mistura deve atrair ainda mais espectadores ao streaming oficial do Olympia, que promete recorde de visualizações.
O cronograma oficial já está definido: o Mr. Olympia 2025 terá início em , com a etapa Classic Physique programada para . Em Las Vegas, o local escolhido foi o Arnold Sports Festival Expo Center, que costuma receber dezenas de milhares de fãs.
Nos próximos meses, Dino deverá participar de dois expos neste circuito: o Tampa Pro (em junho) e o New York Pro (em setembro). Cada competição servirá como "dry‑run" para afinar a apresentação de pose, iluminação e escolha de trajes, elementos que, segundo o técnico Aceto, podem ser decisivos na pontuação final.
Enquanto isso, os fãs podem acompanhar a preparação nas redes sociais – principalmente no Instagram, onde Dino já ultrapassou 800 mil seguidores. A expectativa é que o confronto entre Dino, Simmerfeld e Desiel se torne o assunto principal das conversas nos grupos de bodybuilding até o fim de 2025.
Um título mundial colocaria o Brasil no mapa como potência emergente no Classic Physique, atraindo patrocínios, academias de alto nível e inspirando novos atletas, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste, que ainda carecem de infraestrutura.
Dino aposta em um tronco compacto com cintura ultra‑estreita, enquanto Simmerfeld destaca largura de costas e densidade muscular nas pernas, refletindo a tradição europeia de volume controlado.
Os pesos oficiais são anunciados no dia da pesagem oficial, prevista para , duas dias antes da final da Classic Physique.
O painel inclui lendas como Lee Labrada, Chris Cormier e a ex‑campeã de Miss Fitness, Michelle LaCount, conhecidos por priorizar simetria, definição e a "história" que o atleta conta no palco.
Desiel tem tudo para brigar por medalha, já que sua cintura fina e detalhamento muscular são exatamente o que a categoria Classic Physique premia. Se mantiver a consistência vista em 2024, ele pode surpreender.
Jaqueline Dias, outubro 12, 2025
Olha, o Dino tem tudo pra fazer história, mas não podemos fechar os olhos pra detalhes técnicos que ainda faltam. A definição nas costas do Simmerfeld parece mais refinada, o que pode ser decisivo nos critérios de simetria. Ainda assim, a elegância clássica do brasileiro traz aquele charme que os jurados adoram.