O Palmeiras não deu chances ao São Paulo na noite desta terça-feira, 4 de novembro de 2025. A equipe alviverde venceu por 4 a 0 no Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas-SP, e garantiu vaga na final da Copa do Brasil Feminina 2025Campinas-SP. O jogo, válido pela semifinal única, foi disputado às 21h30 (horário de Brasília), com transmissão ao vivo pelo SporTV e torcida única tricolor, que teve entrada gratuita pelo Portão 6 — um gesto simbólico, mas que não bastou para conter a avalanche palestrina. Gols de Ingryd Lima, Brena Carolina, Andressinha e Pati Maldaner selaram uma das maiores vitórias da história recente das Palestrinas contra o rival direto.
Um jogo que não teve empate — nem esperança
Aos 31 minutos do primeiro tempo, Ingryd Lima abriu o placar após cabeçada perfeita em escanteio cobrado por Raissa Bahia. A zaga do São Paulo não conseguiu marcar, e o estádio, que já vibrava com a torcida tricolor, caiu num silêncio pesado. Aos 45, Brena Carolina ampliou com um desvio de cabeça em cruzamento da direita. Nada mudou no segundo tempo. O São Paulo, comandado por Thiago Viana, perdeu a compostura. Aos 73, Andressinha aproveitou um desvio da bola em sua direção e definiu o terceiro. Dois minutos depois, Pati Maldaner fez o quarto com uma falta rasteira que a goleira tricolor nem viu passar. A partida terminou com três expulsões: Maressa, Isa Guimarães e o técnico Thiago Viana, todos do São Paulo. O clima ficou tenso, quase insustentável.Por que jogar em Campinas? O mistério da localização
O São Paulo, mandante do jogo, optou por não usar o Morumbi — seu estádio habitual — e nem o Pacaembu, onde já havia sido derrotado pelo próprio Palmeiras no Campeonato Brasileiro. Em 29 de outubro, a CBF confirmou que o local foi solicitado pelo clube tricolor, após ajustes na agenda de jogos. A decisão gerou críticas: por que jogar em um estádio de propriedade da Ponte Preta, em uma cidade onde o São Paulo não tem tradição de torcida? A resposta oficial foi de “logística e segurança”. Mas muitos torcedores suspeitam: foi uma tentativa de neutralizar o fator casa do Palmeiras, que vinha de uma sequência impressionante de vitórias em casa. O plano falhou. O estádio ficou lotado de torcedores alviverdes — e o clima foi de festa, não de pressão.As Palestrinas: motivadas pela frustração
A equipe comandada por Rosana Augusto chegou à semifinal sem conquistar o Brasileiro Feminino — um objetivo que foi deixado de lado. “A gente acabou não conquistando o brasileiro, que era um objetivo nosso. Então, a gente ficou muito focada nessa Copa do Brasil, porque a gente sabe da importância do campeonato e quanto ele significa pra gente”, disse uma jogadora em entrevista após o jogo. O time vem de uma campanha impecável: 5 a 0 sobre o Sport Recife nas quartas, 3 a 0 sobre o América-MG nas oitavas e 4 a 0 sobre o Avaí Kindermann na terceira fase. E, antes mesmo desse jogo, já havia eliminado o São Paulo por 3 a 0 em Santana de Parnaíba, em 28 de setembro. A superioridade é real. E agora, a meta é clara: o título.Quem espera na final? A Ferroviária e o peso da história
Na outra semifinal, a Ferroviária Associação Atlética derrotou o Esporte Clube Bahia por 2 a 0, em Araraquara-SP, na noite de mesmo dia. A equipe de São Paulo, que já foi campeã da Copa do Brasil em 2014 e 2018, vem com o peso da tradição. Mas o Palmeiras, que nunca venceu a competição, tem o momentum e a fome de conquista. A final está marcada para 19 de novembro de 2025, com horário e local a serem anunciados pela CBF. Se o Palmeiras vencer, será o primeiro título da história do clube na competição — e um marco histórico para o futebol feminino no Brasil.
Premiação e o valor do sonho
Cada clube que chegou à semifinal levou R$ 70 mil. Mas o prêmio não é só financeiro. O campeão leva R$ 1 milhão. O vice, R$ 500 mil. Para um time como o Palmeiras, que investe pesado na base e na infraestrutura feminina, esse valor é apenas parte da equação. O que está em jogo é o reconhecimento, a visibilidade e o impulso para o profissionalismo. O futebol feminino brasileiro cresce — e o Palmeiras quer estar no topo. Não só por dinheiro, mas por tradição.Quem são as protagonistas?
Brena Carolina, com dois gols nesta semifinal, é a artilheira da equipe na competição. Andressinha, ex-jogadora da Seleção Brasileira, traz experiência internacional. Ingryd Lima, que já jogou no Corinthians, agora é peça-chave no meio-campo. E Pati Maldaner, que só começou a se destacar este ano, fez o gol que selou a classificação com uma cobrança de falta perfeita. Elas não são nomes de celebridades, mas são as novas referências do futebol feminino nacional.Frequently Asked Questions
Como foi a campanha do Palmeiras na Copa do Brasil Feminina 2025?
O Palmeiras venceu todas as partidas da competição: 4 a 0 no Avaí Kindermann (terceira fase), 3 a 0 no América-MG (oitavas), 5 a 0 no Sport Recife (quartas) e 4 a 0 no São Paulo (semifinal). Foram 16 gols marcados e nenhum sofrido. A equipe lidera o ranking de aproveitamento e é a única que não perdeu um único jogo nesta edição.
Por que o São Paulo jogou em Campinas e não no Morumbi?
O São Paulo solicitou oficialmente o uso do Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, após ajustes na agenda da CBF. O clube já havia jogado as quartas em Santana de Parnaíba, longe de seu estádio habitual. A decisão gerou críticas, pois o local não tem tradição tricolor e a torcida foi menor que o esperado. Muitos acreditam que o objetivo era evitar o fator casa do Palmeiras, mas a estratégia não funcionou.
Quem é Rosana Augusto e qual seu impacto no Palmeiras?
Rosana Augusto, ex-jogadora da Seleção Brasileira e campeã olímpica em 2004, é técnica do Palmeiras desde 2023. Ela transformou a equipe em uma das mais organizadas do país, priorizando disciplina tática e desenvolvimento de jovens talentos. Sob seu comando, o Palmeiras chegou à final da Copa do Brasil pela primeira vez e está mais perto do título do que nunca.
Qual o histórico da Ferroviária contra o Palmeiras?
As duas equipes se enfrentaram duas vezes na fase de grupos do Campeonato Brasileiro Feminino 2025: empataram 1 a 1 em Araraquara e o Palmeiras venceu por 2 a 1 em Barueri. A Ferroviária tem vantagem histórica, com dois títulos da Copa do Brasil (2014 e 2018), mas o Palmeiras vem com maior força atual. A final será um confronto entre tradição e ascensão.
Quais os próximos passos do futebol feminino do Palmeiras após a final?
Se vencer, o Palmeiras terá o primeiro título da Copa do Brasil Feminina em sua história — um passo crucial para a valorização do time. A diretoria já sinalizou que investirá em mais estrutura: novos treinadores, aumento de salários e melhorias na infraestrutura da base. A meta é se tornar referência nacional, como já é no futebol masculino.
O que mudou no futebol feminino brasileiro desde a última final da Copa do Brasil?
Desde a última final, em 2023, houve um aumento de 40% no investimento dos clubes no futebol feminino, segundo a CBF. O salário médio das jogadoras dobrou, e a transmissão por canais abertos cresceu 65%. A Copa do Brasil, que antes era secundária, agora é o principal campeonato nacional em termos de audiência e relevância. O jogo entre Palmeiras e Ferroviária pode ser o mais assistido da história da competição.