por Pietro Monteiro
Numa tarde que parecia estar encaminhada para mais uma vitória de Iga Swiatek, a surpresa veio do outro lado da quadra. Madison Keys conseguiu segurar o ritmo intenso da atual número 2 do mundo e virou o jogo nas semifinais do Australian Open 2025, com parciais de 5-7, 6-1 e 7-6. A americana salvou até match point antes de selar a vaga na final e calar a torcida polonesa que acreditava numa campanha histórica da sua atleta favorita.
Swiatek vinha atropelando adversárias em Melbourne, deixando para trás qualquer dúvida sobre sua preparação física e mental. Mas na semifinal encontrou uma Keys agressiva e determinada, que não se intimidou mesmo após perder o primeiro set. O terceiro set trouxe drama de sobra: Swiatek teve um match point, mas Keys buscou forças, arriscou tudo — inclusive nas devoluções — e virou o placar no tie-break. Ela foi ovacionada após selar a maior virada daquela edição do torneio.
Logo depois do jogo, muita gente esperava ver Swiatek cabisbaixa. A realidade foi outra. Ela falou com naturalidade sobre sua derrota, lembrando que ainda é jovem e que cada experiência conta para sua evolução dentro e fora das quadras. “É claro que queria outra final de Grand Slam, mas tenho muito caminho pela frente. Vou trabalhar mais forte e aprender com essa partida”, disse a polonesa, demonstrando o otimismo que a acompanha desde o início da carreira.
Ela também comentou sobre o desgaste emocional de um jogo tão equilibrado, ressaltando que sentir a pressão é normal, especialmente quando se tem apenas 23 anos e carrega o peso de uma das principais favoritas ao título. “Estou saudável, motivada e sei que tenho muito a conquistar ainda”, afirmou.
Essa postura positiva chamou atenção de quem acompanha o tênis. Não é a primeira vez que Swiatek cai diante de uma adversária inspirada, mas o jeito como ela lida com derrotas mostra maturidade fora do comum. Na coletiva, Swiatek voltou a reforçar que derrotas assim fazem parte do esporte e que já está de olho na próxima temporada, mais experiente e ainda mais determinada.
No tênis, onde atletas se cobram a cada semana, reconhecer os próprios limites e enxergar oportunidades de aprendizado pode acabar sendo o diferencial entre os campeões e as promessas que se perdem no caminho.