por Pietro Monteiro
Quando Carla Bruni, cantora e compositora ítalo‑francesa, subiu ao palco no Brasil, os fãs souberam que era um evento raro: dois shows intimistas para promover seu álbum Little French Songs.
Os concertos aconteceram em 12 e 14 de março de 2024, respectivamente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, sob a organização da Associação Cultural Franco‑Brasileira. O objetivo? Dar vida às canções que já conquistaram a certificação de platina na França.
Mas espere, a história não começa nos palcos sul‑americanos. Em 29 de março de 2013, Teorema lançou o quarto álbum de estúdio de Bruni, gravado ao longo de 2012. O disco, que recebeu um selo de platina da SNEP por superar 100 mil unidades vendidas, reúne baladas melancólicas e acordes de violão que lembram as noites de Montmartre.
"Little French Songs" chegou ao mercado com 12 faixas, entre elas o single "Little French Song", lançado em 1º de janeiro de 2013. Bruni assumiu a autoria da letra e da melodia, enquanto Bénédicte Schmitt atuou como engenheira de som, mixadora e produtora. O tratamento sonoro final ficou a cargo de Dominique Blanc‑Francard, mestre de masterização.
Além disso, a capa do álbum foi assinada por Jérôme Witz, que trouxe uma ilustração minimalista de ruas parisienses. O trabalho recebeu elogios da crítica francesa por sua intimidade lírica e pela voz aveludada de Bruni, que, apesar de ser ex‑primeira‑dama da França, nunca abandonou sua identidade artística.
O primeiro espetáculo, batizado de Carla Bruni – Little French Songs Tour – São PauloCasa da Música, reuniu cerca de 5.200 espectadores no elegante salão do centro cultural. O palco foi montado em formato de meio‑círculo, permitindo que a voz de Bruni alcançasse as esquinas do auditório sem amplificação excessiva.
Dois dias depois, a artista desembarcou no Rio para o segundo show, Carla Bruni – Little French Songs Tour – Rio de JaneiroFundação Padre Anchieta, que recebeu um público estimado em 4.800 pessoas. A escolha da Fundação, conhecida por projetos de arte e educação, foi elogiada por reforçar o caráter cultural do evento.
Em ambas as noites, Bruni cantou o repertório completo do álbum, incluindo "Little French Song", "Jeunesse" e "Écoute-moi", além de clássicos como "Quelqu'un m'a dit". Segundo a diretora artística da Associação Cultural Franco‑Brasileira, Mariana Santos, a seleção buscou equilibrar novidades e favoritos do público brasileiro.
Os frequentadores relataram uma atmosfera de puro encantamento. "É a primeira vez que vejo alguém da alta política cantando tão de perto, e ainda por cima em francês, mas o sentimento é universal", comentou Lucas Oliveira, 28 anos, estudante de literatura da USP.
A crítica especializada também foi generosa. O jornal O Globo descreveu a performance como "uma aula de sofisticação musical, onde a delicadeza da voz de Bruni se mistura ao calor brasileiro". Já a revista MúsicaHoje destacou a escolha de locais menores, argumentando que isso ampliou a conexão íntima entre artista e público.
Além de colocar o repertório francês sob os holofotes, os shows abriram portas para colaborações entre músicos locais e internacionais. Na noite de São Paulo, o violoncelista brasileiro Rafael Zimerman participou do arranjo de "Petit Amour", trazendo nuances de bossa‑nova ao timbre clássico.
Especialistas apontam que eventos como esse incentivam o público a explorar outras línguas através da música. O professor de língua francesa da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Prof. André Goulart, observou que o aumento de buscas por letras de Bruni nas plataformas de streaming cresceu 34% nos dias subsequentes aos concertos.
A turnê "Little French Songs" deve continuar pela Europa no próximo mês, com datas confirmadas em Londres, Berlim e Lisboa. Enquanto isso, a equipe de Bruni está avaliando a possibilidade de levar o show ao sul do Brasil, com sugeridas cidades como Porto Alegre e Curitiba.
Para quem ficou de fora, o álbum já está disponível em plataformas digitais e o DVD dos shows será lançado ainda este ano, segundo declaração de Teorema.
A Associação Cultural Franco‑Brasileira optou por espaços que combinam acústica de qualidade e um ambiente mais íntimo, como a Casa da Música em São Paulo e a Fundação Padre Anchieta no Rio, para que a experiência fosse mais pessoal e refletisse a proposta delicada do álbum.
O público recebeu a performance com entusiasmo, destacando a emotividade da voz de Bruni e a beleza das letras, mesmo sem compreender totalmente o idioma. Muitos citaram que a melodia transcendeu a barreira linguística.
Sim, o violoncelista Rafael Zimerman colaborou em "Petit Amour" em São Paulo, trazendo elementos de bossa‑nova ao arranjo. Ainda não há confirmação de outras participações, mas a equipe sinaliza futuras colaborações.
A gravadora Teorema anunciou que o DVD deverá estar disponível nas principais plataformas de streaming e em lojas físicas ainda no segundo semestre de 2024.
Embora ainda não haja datas confirmadas, a equipe de produção está estudando a viabilidade de shows em Porto Alegre e Curitiba, respondendo à alta demanda de fãs do sul do país.
Daniel Oliveira, outubro 22, 2025
O espetáculo de Carla Bruni trouxe ao Brasil uma raridade que poucos artistas conseguem oferecer.
As duas apresentações, em São Paulo e no Rio, foram planejadas para criar um ambiente íntimo que favorecesse a delicadeza da voz da cantora.
A escolha dos locais, a Casa da Música e a Fundação Padre Anchieta, reforça a intenção de valorizar a acústica natural, evitando o excesso de amplificação.
O repertório completo do álbum Little French Songs foi apresentado, incluindo faixas como “Little French Song”, “Jeunesse” e “Écoute‑moi”.
Nas noites, o público recebeu a performance com entusiasmo, demostrando que a língua francesa não impede a conexão emocional.
A presença de Rafael Zimerman no violoncelo trouxe um toque de bossa‑nova que enriqueceu o arranjo de “Petit Amour”.
Isso demonstra como colaborações entre músicos de diferentes tradições podem gerar resultados inesperadamente harmoniosos.
A crítica especializada, como O Globo, descreveu o concerto como uma aula de sofisticação musical.
A revista MúsicaHoje destacou a relevância de escolher espaços menores para intensificar a proximidade entre artista e público.
Os números de streaming da Bruni aumentaram consideravelmente após os shows, com um crescimento de 34 % nas buscas por suas letras.
Esse fato indica que o público brasileiro está disposto a explorar repertórios estrangeiros quando apresentados de forma acessível.
Em suma, a passagem de Carla Bruni pelo país não apenas entregou música de qualidade, mas também fomentou um diálogo artístico que deve perdurar.
A turnê seguirá pela Europa, com datas confirmadas em Londres, Berlim e Lisboa, mantendo a mesma proposta intimista.
No entanto, ainda se discute a possibilidade de levar o show ao sul do Brasil, atendendo à demanda dos fãs de Porto Alegre e Curitiba.
Se esses concertos forem realizados, poderão abrir ainda mais portas para intercâmbios culturais entre Brasil e França.