por Pietro Monteiro
Quando Novak Djokovic, tenista sérvio de 38 anos, disse que "será muito difícil" derrotar Jannik Sinner e Carlos Alcaraz nos torneios de Grand Slam, a notícia correu como fogo em quadra.
O discurso veio logo depois da US Open 2025, onde Djokovic foi batido por Alcaraz por 6‑4, 7‑6(4), 6‑2 na semifinal disputada na Arthur Ashe Stadium, em Flushing Meadows, Nova Iorque, na noite de 5 de setembro.
Desde o início da temporada 2025, a velha guarda do tênis tem sentido o peso de uma nova geração. Alcaraz, número 2 do ranking mundial, já venceu o próprio Djokovic nas quartas de final do Australian Open em janeiro, mas perdeu na final de Wimbledon para o italiano. Já Sinner, campeão mundial número 1, superou Djokovic nas semifinais do Roland Garros em junho e de Wimbledon em julho.
Para o sérvio, que coleciona 24 títulos de Grand Slam, a pressão aumentou: "Perdi três dos quatro Slams nas semifinais contra esses caras. Eles são simplesmente bons demais", declarou em entrevista coletiva às 19h33 (horário de Nova Iorque).
Alcaraz começou forte, liderando 6‑4 no primeiro set. Djokovic tentou reagir, mas o espanhol quebrou o serviço duas vezes no segundo set, levando o placar para 7‑6(4) após um tie‑break apertado. "Eu fiquei sem gás depois do segundo set", confessou o sérvio, que ainda tentou segurar o terceiro, mas foi superado por 6‑2.
Em suas próprias palavras: "Eu acho que tinha energia para lutar até o segundo set, depois disso acabei a gás, e ele continuou." O italiano Sinner, que esperava enfrentar o sérvio na final, ainda não comentou a partida.
Vários ex‑profissionais americanos deram suas opiniões. Steve Johnson afirmou que apostaria primeiro em Alcaraz, depois Sinner e, por fim, em Djokovic. Já Jack Sock disse que "Carlos, Sinner, Novak" seria sua ordem de preferência para alcançar o 25º título.
O comentarista da ESPN, Michele Tafoya, destacou que "a resistência física nos cinco sets está se tornando o novo diferencial, e os jovens já demonstram ter a preparação necessária".
Com o resumo da temporada, a dupla Alcaraz‑Sinner dominou oito dos últimos Grand Slams, passando a ser o principal obstáculo para Djokovic. O sérvio ainda ocupa a terceira posição na ATP Race to Turin, mas os próximos torneios da temporada, como o ATP Finals em Turim (Itália), podem ser decisivos.
A questão que paira no ar é: Djokovic conseguirá alcançar o tão sonhado 25º Grand Slam? Ele respondeu que "não vai desistir", mas reconheceu que "será uma tarefa muito difícil".
A final do US Open está marcada para 7 de setembro de 2025, às 14h00 (ET), no mesmo estádio. O duelo será entre Alcaraz, então número 2, e Sinner, número 1, em um clássico que pode definir quem será o primeiro a chegar a 25 títulos.
Enquanto isso, Djokovic se prepara para o ATP Finals, onde tem a chance de reforçar seu legado e talvez surpreender os jovens.
Em partidas de melhor de três sets, Djokovic tem vantagem contra Alcaraz (3‑1), incluindo a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Contra Sinner, o sérvio está ligeiramente atrás (2‑3).
Nos cinco sets, porém, o revés persiste: Alcaraz venceu 2‑0 nas semifinais de 2025, enquanto Sinner bateu Djokovic nas semifinais de Roland Garros e Wimbledon.
A derrota reforça a ideia de que, nos cinco sets, a resistência física dos jovens está à frente. Djokovic ainda tem oportunidade nos próximos torneios, mas precisará adaptar seu preparo para competir contra Alcaraz e Sinner, que já venceram três Slams neste ano.
Analistas apontam que Alcaraz tem vantagem mental após a vitória sobre Djokovic, mas Sinner entra como número 1 do ranking e tem desempenho consistente nos últimos cinco Grand Slams, tornando o duelo altamente equilibrado.
A US Open oferece 2000 pontos ao vencedor. Alcaraz e Sinner já garantiram pontos que consolidam suas posições no topo da corrida, enquanto Djokovic, ao perder na semifinal, ficou a 2000 pontos de distância do líder, o que pode comprometer sua classificação para o ATP Finals.
Treinos focados em resistência cardiovascular, ajustes na alimentação durante o torneio e períodos de recuperação mais intensivos são citados como cruciais. Também se fala em adaptar a estratégia de jogo, usando mais golpes curtos para economizar energia.
Lucas Lima, outubro 10, 2025
Novak Djokovic tem mostrado ao longo da carreira que a experiência pode ser um diferencial valioso nos momentos decisivos. No entanto a energia dos jovens como Alcaraz e Sinner tem sido difícil de conter nos últimos anos. A rapidez dos golpes e a resistência física dos dois espanhóis e italianos criam um padrão de jogo que pressiona ainda mais os veteranos. Em particular Alcaraz demonstra uma capacidade de adaptação tática que surpreende mesmo os analistas mais experientes. Sinner por sua vez combina potência e consistência em rallies de cinco sets o que dificulta a recuperação para quem está atrás. Djokovic ainda conta com um serviço preciso e um return impressionante que podem virar partidas. Ainda assim a questão da preparação física se torna central quando se trata de manter o nível por longas sessões. Os treinadores apontam que mudanças na dieta e na rotina de descanso são fundamentais para esse ajuste. A análise de estatísticas mostra que o percentual de primeiros serviços de Djokovic diminuiu ligeiramente nas semifinais. Isso pode ser reflexo de cansaço acumulado nas rodadas anteriores. Os jovens têm explorado essa vulnerabilidade com maior frequência. A estratégia de usar golpes mais curtos em momentos críticos pode ser uma solução viável. Também é importante considerar o fator psicológico da pressão em buscar o 25º Grand Slam. A motivação de Djokovic permanece alta mas o desgaste mental também pesa. Em resumo vencer Alcaraz e Sinner exigirá um conjunto equilibrado de força tática e renovação de energia.