por Pietro Monteiro
O Wolverhampton Wanderers entrou em campo contra o Leeds United com a esperança de quebrar a sequência de derrotas que vem assombrando a equipe desde o início da campanha 2025-26. O gol de Ladislav Krejci, marcado aos oito minutos, parecia indicar que o clima de pressão poderia estar se dissipando. Contudo, a estratégia adotada pelos treinadores logo se mostrou equivocada: após o gol, o time recuou e tentou defender um placar mínimo, deixando amplas lacunas nas laterais.
Em poucos minutos, o Leeds aproveitou as falhas e, antes do intervalo, virou o marcador ao colocar três gols na rede. O segundo tempo foi marcado por mais tentativas frustradas dos Wolves, que, apesar de algumas reposições mais agressivas, não conseguiram criar oportunidades claras. A substituição de três jogadores feita por Vitor Pereira no intervalo não alterou a dinâmica do jogo; o Leeds consolidou a vantagem e garantiu o placar final de 3 a 1.
A partida deixou o torcedor na tribuna com um gosto amargo. Os vaios foram constantes, refletindo a frustração de uma torcida que já não acredita na mudança de rumo. Além do placar, a postura corporal dos jogadores, que mantinha cabeças baixas e ombros curvados, evidenciou a falta de confiança coletiva.
O pior do drama não foi apenas o resultado. O que se destacou foi a forma como a situação se espalhou nas redes sociais. João Gomes, volante brasileiro que tem sido um dos poucos pontos positivos no início da temporada, utilizou o Instagram Stories para lançar um recado direto aos companheiros e à torcida: "Momento difícil. Nada a dizer, só trabalhar duro para mostrar resultados porque somos lembrados pelo que fazemos e não pelo que falamos." O post, breve e objetivo, acabou se tornando um mantra para aqueles que ainda acreditam na capacidade de virar o jogo.
Outros jogadores como Fer Lopez e Rodrigo Gomes também pediram desculpas publicamente, reconhecendo a frustração dos fãs. A postura do capitão Toti Gomes, que permaneceu em silêncio nas redes, gerou especulações sobre a liderança dentro do vestiário. Analistas apontam que a ausência de um discurso firme pode estar contribuindo para o clima de instabilidade.
Os números reforçam o cenário preocupante: zero pontos em cinco jogos, o que coloca o club no fundo da tabela – um dos piores inícios da história recente do Wolves na elite inglesa. O ataque, apesar de ter aberto o placar, não mostrou variação tática; a defesa, por sua vez, permitiu três gols antes da meia‑hora, sinalizando problemas estruturais.
O técnico Vitor Pereira tem sido alvo de críticas acirradas. Sua decisão de adotar um esquema defensivo rígido logo após abrir o placar mostrou falta de flexibilidade tática. A substituição de três jogadores no intervalo foi vista como reação tardia, sem alterações estratégicas claras. Observadores de imprensa sugerem que o treinador precisa repensar a formação e, possivelmente, buscar reforços no mercado de transferência antes do fim da janela.
Enquanto isso, a torcida permanece dividida entre a esperança de um retorno rápido e a descrença de que o time consiga mudar o panorama. Muitos fãs já começaram a questionar a permanência de Pereira e a qualidade do elenco atual, apontando que a falta de identidade e presença física nos momentos críticos é alarmante.
Em suma, o Wolverhampton Wanderers enfrenta uma encruzilhada profunda: mudar o foco tático, resgatar a confiança dos jogadores e reconquistar a credibilidade junto à sua base. Até que isso aconteça, a jornada na Premier League parece cada vez mais árdua e o peso da expectativa continuará a crescer a cada rodada.